DNA e a ingestão de cafeína

Algumas pessoas não conseguem dormir direito se tomarem um cafezinho depois das três da tarde, já outras, podem tomar uma xícara depois do jantar que terão uma noite bem dormida do mesmo jeito. Parece que a ciência finalmente conseguiu desvendar o motivo por trás dos diferentes efeitos que a cafeína causa em cada um. Existem muitos dados conflitantes sobre os possíveis benefícios que o café pode ter na saúde das pessoas, ou os danos que o café pode causar. A resposta para esses dados pode estar no nosso DNA.

Há mais ou menos uma década, o Doutor Ahmed El-Sohemy, professor do departamento de ciências nutricionais da Universidade de Toronto, reparou nesses diferentes efeitos que a cafeína tinha em cada pessoa. Com essa observação ele decidiu que havia uma relação entre essa diferença e os dados conflitantes de outras pesquisas que relacionam o consumo de café com doenças cardíacas.

O resultado apontou para uma variação no gene CYP1A2, que determina a velocidade com a qual seu fígado quebra e digere a cafeína. Uma variação desse gene causa a digestão rápida da cafeína, enquanto outra variação faz a cafeína permanecer no corpo por mais tempo. Quem herdou o metabolizador rápido do pai e da mãe, consegue processar a cafeína quatro vezes mais rápido que alguém que herdou um ou mais gene de metabolismo lento.

Em outras pesquisas relacionadas a essa nova descoberta, o Dr. El-Sohemy também encontrou uma ligação entre os hábitos de consumo de café, o gene CYP1A2 e ataques cardíacos. O consumo de quatro ou mais xícaras de café por dia, aumenta consideravelmente o risco de ataque cardíaco entre a população com digestão lenta, e não apresenta uma influência oposta entre os que possuem o metabolismo acelerado.

A causa dessa inversão de efeitos está relacionada ao fato de que nos indivíduos que possuem um metabolismo lento, a cafeína fica mais tempo no sistema, podendo criar as condições para um ataque cardíaco. Já quem possui o metabolismo rápido, consegue se livrar rapidamente da cafeína e dá mais tempo para o corpo absorver os polifenóis, antioxidantes e outros compostos saudáveis do café.

Outros estudos estão sendo realizados para obter resultados mais conclusivos, mas as descobertas feitas até agora parecem muito promissoras para colocar fim nessa ambiguidade de efeitos do café!

Fonte: http://well.blogs.nytimes.com/2016/07/12/for-coffee-drinkers-the-buzz-may-be-in-your-genes/

One reply on “DNA e a ingestão de cafeína

  • Maria Luiza Arantes Frigerio

    Muito interessante essa informação, uma vez que relatos relacionados à dificuldade de dormir, associada à ingestão de café são frequentes. Vamos acompanhar o que está por vir… Será que poderei escolher o tipo de gen de acordo com meus desejos num futuro próximo?

Deixe um comentário