Café também sofre com falsificações

Quem já comprou gato por lebre, sabe que é bem frustrante. Com café a coisa não é diferente, você compra grãos que prometem ser super saborosos e frescos e quando chega a hora de tomar, vem aquele sabor de grama queimada e amarga.

Isso pode ser Robusta vendido como Arábica!

Como o nome sugere, o Robusta é mais resistente a pragas além de crescer em condições climáticas menos favoráveis. O Arábica é mais aromático e saboroso, mas também é mais delicado e vulnerável à doenças. Por suas características sensoriais menos agradáveis e precisar de menos cuidados na hora do cultivo, o Robusta é mais barato e por isso escondido em alguns blends por empresas que querem maximizar o lucro e enganar seus consumidores.

Para evitar esse tipo de falsificação de blends, uma equipe de cientistas italianos da Universidade de Nápoles, desenvolveram um método para identificar a porcentagem de cada espécie de café no blend. Segundo os cientistas, o novo método é mais eficiente e mais barato que os métodos existentes atualmente.

A equipe preparou uma mistura de cada grão com ácido metanóico e água, em seguida utilizou um instrumento de cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) para separar os compostos. Dependendo das propriedades do café, ele passará em diferentes velocidades pelo instrumento. Para ficar mais fácil de entender, a CLAE é como se estivéssemos bebendo através de um canudo e precisássemos identificar se é água ou milkshake. Têm coisas que passam mais rápido e outras mais devagar.

Os cientistas identificaram um composto que aparece vinte vezes mais no grão Robusta que no Arábica, e permanece no café mesmo após a torra. Por isso usaram ele como referência e identificar a porcentagem de cada tipo de café na composição. Segundo os pesquisadores, o método é mais barato e eficiente para lutar contra os blends falsificados, e como eles não patentearam o método, qualquer um com alguns equipamentos de laboratório e compostos químicos pode fazer o teste.

Um método similar está sendo desenvolvido para identificar os cafés processados por animais (como o Kopi Luwak), e também para saber se foi processado por animais selvagens ou criados em cativeiro. Esse tipo de evolução é melhor para todos que levam o café a sério, só os picaretas que vão achar ruim!

Fonte: https://www.washingtonpost.com/news/speaking-of-science/wp/2016/03/28/scientists-are-using-chemistry-to-fight-off-counterfeit-coffee/

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