Aquele café matinal que te fornece energia pra começar o dia, também pode ser uma fonte de energia alternativa para carros e cidades. É essa ideia que a empresa londrina Bio-bean desenvolveu transformando pó de café usado em biodiesel para veículos assim como em pastilhas combustíveis para aquecer edifícios.

Apesar do fato de usar pó de café reciclado para abastecer carros não conter novidade, a diferença da Bio-bean está na sua pretensão de usar essa ideia em grande escala a fim de que cidades tenham uma fonte de energia mais sustentável. A proposta sugere que as cafeterias e outros estabelecimentos que servem a bebida doem os resíduos de café que antes seriam descartados, para serem transformados em pastilhas inflamáveis. Como 20% dos restos de café são compostos por óleos, é possível obter etanol e biodiesel como produtos resultantes deste processo.

Atualmente a empresa coleta o material de algumas fábricas, cafeterias, escritórios e terminais de transportes, o que resulta em algumas centenas de toneladas de café sendo processado toda semana. O plano é coletar 50.000 toneladas até o final de 2016, cerca de um quarto do total de lixo de café da cidade de Londres. Os estabelecimentos que doam os restos para a Bio-bean, conseguem economizar nos impostos de coleta de resíduos.

Os restos do café coletados são secos na fábrica da Bio-bean, sendo posteriormente separados dos óleos utilizando hexano como solvente. Segundo os inventores, a fibra resultante (80%) é compactada em pastilhas que podem ser queimadas em aquecedores, produzindo 150% mais energia do que pastilhas de madeira, graças ao seu valor calórico. O solvente usado na extração dos óleos pode ser reciclado após o processo (99%).

As vantagens de usar o café como matéria-prima para biodiesel envolvem o fato de não disputar espaço com a plantação de alimentos que representam outras fontes de biocombustível como milho e cana-de-açúcar, ao contrário do óleo de cozinha que também pode ser usado para abastecer veículos, o pó de café não precisa de um processo de filtragem caro e complexo. Se as cidades mantiverem a demanda por café no ritmo atual, a matéria-prima se manterá constantemente disponível.

A inspiração para o Bio-bean veio para seu fundador Arthur Kay quando precisou criar um ciclo fechado de lixo-para-energia para abastecer edifícios, durante seu curso de arquitetura.

“Bio-bean economiza dinheiro para os consumidores e cria vantagens ambientais em comparação a outras formas de descartar lixo” diz Daniel Crockett, gerente de comunicação da empresa. “O governo local e a comunidade empresarial têm demonstrado grande apoio ao projeto desde o início.”

A meta é produzir pastilhas o suficiente para aquecer até 15.000 residências. O combustível eventualmente ajudaria a abastecer o sistema de transportes de Londres, que atualmente usam biodiesel.

É muito bom ver o café abastecendo além de ideias, uma cidade!

Fonte: http://www.telegraph.co.uk/business/2016/04/11/fuel-made-from-old-coffee-to-launch-this-summer-at-half-price-of/

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