A invenção do espresso

Mesmo que a cultura do café italiano tenha sofrido pouca influência externa com a globalização, podemos afirmar que a cultura global do café sofreu bastante influência da Itália. A exploração do espresso tem sido um sucesso pelo mundo, formando a base para um grande número de bebidas.

A primeira máquina de café espresso foi inventada e patenteada por Angelo Moriondo em Turim, na Itália, no ano de 1884. Pouco tempo depois, em 1901 o inventor milanês Luigi Bezzera, registrou uma patente de uma máquina que preparava café rapidamente para os clientes, em italiano, café com preparo “espresso”. O design de Bezzera era uma versão melhorada da invenção de Moriondo, mas ainda era bem diferente das máquinas modernas que conhecemos atualmente. Em 1905, a patente foi comprada por Desidero Pavoni, quem colocou em produção a primeira máquina de espresso comercial: a Ideale.

Com a popularização das máquinas e da bebida, em 1920 surge o primeiro registro oficial do café espresso no dicionário italiano de Alfredo Panzini: “Caffè espresso, feito utilizando uma máquina pressurizada ou filtro.” Outro termo que surgiu nessa época foi “barista”, em 1938. Antes disso, o café era preparado pelo “barman”, mas com a ascensão de Mussolini e o movimento fascista, surgiu a campanha para “italianizar” o vocabulário. Como a palavra “Barman” era considerada muito americana, ela foi substituída pelo termo “barista”, ligando ainda mais a identidade do espresso com a Itália.

O próximo passo para a evolução das máquinas aconteceu em 1947, graças a Achille Gaggia que inventou a bomba manual para a máquina. Essa invenção possibilitou que o café fosse extraído com muita mais pressão levando junto alguns óleos essenciais do café. O resultado disso foi a crema, atualmente algo indispensável para qualquer espresso respeitável.

No ano seguinte, a invenção de Gaggia já havia sido comprada por Ernesto Valente, diretor da Faema, uma empresa que até hoje tem seu nome fortemente associado ao café. Gaggia e Valente discordavam do mercado que essas máquinas pressurizadas poderiam atuar. Gaggia acreditava que sua invenção era para um mercado de luxo. Valente possuia outra visão e trabalhava com a produção de máquinas mais acessíveis, e com isso, em 1961 ele lançou a Faema E61.

A Faema E61 é a mãe da máquina de espresso moderna. Foi a primeira máquina semi-automática que não precisava de esforço braçal e permitia o barista ajustar os parâmetros de extração. A caldeira na posição horizontal ao invés da vertical, automaticamente transformou a cafeteria em um espaço social onde barista e cliente podiam conversar enquanto o café era extraído. Assim começou o fenômeno de disseminação de cafeterias de bairro na Itália e posteriormente a segunda e terceira onda do café.

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